EVOLUÇÃO DO SER - Parte 1

EVOLUÇÃO DO SER
Análise orgânica e espiritual



Adilson Mota
Evolução do Ser

Análise orgânica e espiritual
O objetivo do presente trabalho é responder a duas proposições:
1.ª) A evolução das espécies existe, ou seja, os seres se modificam e se aperfeiçoam, procedendo os seres superiores ou complexos, organicamente,  dos mais simples ou inferiores?
2.ª) A evolução do Espírito se dá através da sua encarnação nos diversos reinos da natureza, seguindo a escala ascendente dos seres?




PARTE I
Até o século XVIII, acreditava-se que as diversas espécies existentes na natureza foram criadas separadamente, sendo, portanto, imutáveis.1
Lamarck, em 1809, foi o primeiro a sustentar a tese de que as diversas espécies na natureza não só progridem, como as mais desenvolvidas são originárias das espécies mais simples, criando um encadeamento desde os organismos mais inferiores até o próprio homem.
“Lamarck foi o primeiro que despertou pelas suas conclusões, um estudo sério sobre tal assunto. ...Sustenta nas suas obras a doutrina de que todas as espécies, compreendendo o próprio homem, derivam de outras espécies. Foi ele o primeiro que prestou à ciência o grande serviço de declarar que toda a alteração no mundo orgânico, bem como no mundo inorgânico, é o resultado de uma lei, e não uma intervenção miraculosa. A impossibilidade de estabelecer uma distinção entre as espécies e as variedades, a gradação tão perfeita em certos grupos, e a analogia das produções domésticas, parece terem conduzido Lamarck às suas conclusões a respeito das transformações graduais das espécies. ...Admite igualmente uma lei de desenvolvimento progressivo; ora, como todas as formas da vida tendem também ao aperfeiçoamento, ele explica a existência atual dos organismos muito simples pela geração espontânea”.2
Diversos outros estudiosos naturalistas, mais ou menos na mesma época de Lamarck, eram partidários destas idéias. Mas foi Charles Darwin, inglês, quem melhor delineou as causas que levariam os seres a uma contínua modificação, conduzindo-os gradativamente à extinção e fazendo surgir novas variedades e espécies desde o ser vivo mais simples até o ser humano.
Ao ser publicada, a sua obra levantou inúmeras polêmicas, principalmente dos adeptos do criacionismo. A sociedade não deixou de comentar o fato e até se escandalizar, ao ponto da esposa do bispo de Worcester (Inglaterra) afirmar: “Por Deus! Descendemos do macaco?! Esperemos que não seja verdade. E se for... rezemos para que ninguém fique sabendo”.
Publicada em 1859, A Origem das espécies, de Charles Darwin, foi uma pedrada no charco. Abalou consciências, modificou pensamentos, consagrou os princípios universais da competição entre as espécies e da selecção natural.
A ciência desferira um rude golpe na teoria criacionista, sendo por isso alvo de duras críticas que perduraram até à actualidade, se recordarmos que em alguns estados dos Estados Unidos a teoria evolucionista ainda é proibida.
No presente como no passado, A Origem das Espécies, foi objecto de profunda contestação e sucesso imediato (a 1.ª edição esgotou no dia em que foi posta à venda), fazendo correr rios de tinta e permanecendo praticamente inalterável desde a época vitoriana até aos nossos dias.
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A seleção natural, ponto central da teoria da evolução, seria a lei da Natureza, através da qual, os seres mais aptos a viverem em determinados ambientes sobreviveriam ocasionando a extinção dos menos adaptados e elaboraria modificações, insensíveis a cada geração, necessárias à sobrevivência dos que restaram.
A seleção natural é o principal fator evolutivo que atua sobre a variabilidade genética da população. Pode-se dizer, simplificadamente, que a evolução é o resultado da atuação da seleção natural sobre a variabilidade genética de uma população.
A ação da seleção natural consiste em selecionar genótipos mais bem adaptados a uma determinada condição ecológica, eliminando aqueles desvantajosos para essa mesma condição.
A expressão mais bem adaptado refere-se à maior probabilidade de, em um determinado ambiente, um determinado indivíduo deixar descendentes. Os indivíduos mais bem adaptados a um ambiente têm chance maior de sobreviver e de deixar descendentes.
A seleção natural tende, portanto, a diminuir a variabilidade genética. Desse modo, quanto mais intensa for a seleção natural sobre uma determinada população, menor será a sua variabilidade, pois apenas alguns genótipos serão selecionados.4
O estudioso naturalista, pai da teoria da evolução, analisa a importância dos fósseis como meio de comprovação da existência passada de seres extintos, bem como das transformações elaboradas através do tempo, demonstrando uma seqüência lógica, uma cadeia sucessiva no surgimento dos novos seres. Apesar de ele ressaltar também a pouca quantidade e variedade de fósseis, as dificuldades de descobertas, a falta de fósseis de todos os seres já extintos para que se possa verificar todas as fases da evolução dos seres e a ausência de achados representativos das fases de transição das espécies.
Em texto colhido na enciclopédia virtual Wikipédia, intitulado Evidências da Evolução, o autor diz que “a grande variedade das evidências da evolução fornece ampla e rica informação dos processos naturais pelos quais a variedade da vida na Terra se desenvolveu”.(grifo no original)
Os fósseis... “são extremamente importantes para o entendimento da história evolucionária da vida na Terra, já que fornecem evidência direta da evolução e informações detalhadas sobre as linhagens dos organismos”.
Mais adiante o mesmo autor ressalta: “Uma sucessão de animais e plantas também podem ser vistos no registro fóssil. Evidências fósseis apóiam a teoria de que organismos tendem a aumentar progressivamente em complexidade. Ao estudar o número e complexidade de diferentes fósseis em diferentes níveis estratigráficos, foi demonstrado que rochas antigas que contêm fósseis apresentam poucos tipos de organismos fossilizados, e todos eles têm uma estrutura simples, enquanto que as rochas mais recentes contêm uma grande variedade de fósseis, freqüentemente com um aumento na complexidade de suas estruturas”.5
Não apenas o estudo dos fósseis representa provas da evolução das espécies como também outros argumentos que, tanto Darwin os estudou e citou no seu livro, quanto os estudiosos modernos continuam a estudar, o que se pode verificar na citação seguinte, de Luiz Gonzaga Pinheiro, engenheiro e licenciado em Ciências:
São inúmeras as provas que indicam ser o homem o resultado da evolução de seres inferiores, ou seja, primários na ordem de ascendência biológica. No campo da anatomia comparada podemos observar a homologia existente entre a constituição esquelética das asas do morcego, das aves, dos répteis voadores extintos e dos membros anteriores dos mamíferos. Essa seqüência evolutiva fundamenta-se no seguinte argumento: estruturas homólogas pertencentes a diferentes espécies indicam uma origem filogenética comum.
São igualmente abundantes as estruturas pertencentes ao homem atual, tidas como resquícios de seus ancestrais de outras espécies. O cóccix humano é um vestígio da cauda dos animais que o antecederam. O apêndice, no intestino grosso do homem, é um órgão atrofiado, herança dos animais herbívoros. Para todos os músculos do corpo humano, existem correspondentes nos gorilas antropóides.
Existem ainda várias outras provas anatômicas que poderão ser encontradas em qualquer compêndio de Biologia, caso o leitor esteja interessado no assunto.
O embrião humano apresenta bolsas branquiais no primeiro mês de formação, apesar de ser pulmonar a sua condição respiratória. Já na sexta semana de formação, o embrião apresenta uma longa cauda, que vai encurtando, à medida que o desenvolvimento se acentua, restando no final da formação o cóccix como vestígio.
Estas são outras provas insofismáveis, confirmando que a espécie humana descende de animais em que esses órgãos eram ativos, conservando o embrião parte dos processos embrionários que impuseram brânquias aos peixes e cauda aos mamíferos.
Se ainda existia alguma dúvida quanto ao homem ser o produto da evolução das espécies, esta foi definitivamente soterrada pelo Projeto Genoma Humano, desenvolvido pelos cientistas que conseguiram montar por completo o quadro de informações do código genético humano. Dentre centenas de outras informações destacam-se três, particularmente interessantes para o nosso estudo: cerca de duzentos dos nossos genes são herdados dos primeiros seres vivos existentes na Terra, há centenas de milhões de anos, os unicelulares, sendo pelo menos um deles responsável pela "produção de proteínas ligadas às emoções; cerca de mil genes desativados ao longo da evolução, considerados hoje pelos cientistas como "DNA lixo", na verdade serviram para proporcionar aos antepassados do homem de cerca de dez milhões de anos atrás, o olfato apurado tal qual o dos roedores atuais. Em outras palavras, tais genes ligados ao olfato, foram desativados quando os antepassados mais recentes do homem já tinham inteligência suficiente para conseguir alimentos e proteção sem o auxílio apurado desse sentido; pelo menos 750 milhões de pares-bases do DNA humano não passam de vastos desertos com pouquíssimos ou nenhum gene presente. O que significam tais desertos? Seriam estágios já superados ou a conquistar? Para tais perguntas somente a evolução trará respostas.6
“A ontogênese recapitula a filogênese”. Esta frase (o dogma de Ernst Haeckel, biólogo alemão) consta da obra “A Origem da Humanidade”, escrita por Günter Haaf, mostrando que “todos os seres vivos efetuam o curso da evolução (filogênese) durante seu desenvolvimento (ontogênese)”, o que faz com que seus embriões passem por todas as etapas evolucionárias vividas nas espécies anteriores. Esta teoria teve a sua conceituação um pouco modificada devido aos avanços da Genética, mas se pode verificar facilmente a semelhança entre os embriões das diversas espécies animais e o do homem.(Ver figura abaixo)
Este evento já teria sido percebido pelo filósofo grego Aristóteles há mais de 2300 anos atrás, o qual via na evolução uma grande finalidade, qual seja a de conduzir os seres para a realização de sua essência, de sua “idéia”.
O autor de A Origem da Humanidade esclarece ainda que homem e macaco não são irmãos, nem seria a espécie humana proveniente dos macacos atuais. São, na realidade, primos entre si, pois ambos derivam de um ancestral comum, extinto, o qual se desenvolveu gerando dois troncos distintos: o que deu origem aos atuais macacos e o que levou ao surgimento do ser humano.

O estudo da escala evolutiva do homem revela as etapas pelas quais passou a nossa espécie através dos milhões de anos de existência na Terra.

Os primeiros homens tinham um modo de vida praticamente idêntico ao dos atuais macacos: corpo peludo, braços longos, andar em quatro patas, pés com dedos longos, cérebro rudimentar, além de viverem de árvore em árvore à cata de alimento. Aos poucos se ergueram sobre si mesmos, aprenderam a se vestir para se protegerem do frio, a usar o fogo, a cozinhar os alimentos, a plantar, a criar animais, etc., numa longa trajetória até os dias atuais a qual nos conta a Biologia.


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