A Criança é o futuro
Amílcar Del
Chiaro Filho
Vivemos
num mundo globalizado onde o egoísmo alcança níveis insuportáveis. Para muitos
é a luta para a sobrevivência, pois perderam emprego e esperanças. Mas, as
nossas esperanças de um mundo melhor precisam estar bem alicerçadas, para que o
edifício da fraternidade seja sólido e firme.
Este
alicerce deverá ser a educação. Porém não apenas a instrução, mas também a
educação moral, e de uma moral praticada, vivida, valorizada.
A
maioria das pessoas acreditam que as nossas esperanças de construir esse mundo
novo está na criança. Todos concordam que a criança é o futuro. Mas não haverá
futuro se não cuidarmos delas agora. Não é possível adiar por mais tempo as
medidas necessária de apoio e amparo à criança.
Como
podemos esperar que os futuros cidadãos sejam bons e fraternos se descuramos do
seu presente? Não podemos permitir que muitas delas continuem sendo aviltadas,
exploradas em trabalhos duros, que as impedem de freqüentar a escola, ou sejam
prostituídas.
A
esperança da paz está na criança. Mas como ela será pacífica se é induzida à
violência pela televisão, histórias em quadrinhos e pelos brinquedos em forma
de armas ou mesmo por conviver com a violência no lar ou nas ruas? Qual é a paz
das crianças que tem que sobreviver nas guerras das ruas, dos traficantes, da
prostituição e nas guerras verdadeiras, em tantos países do mundo, onde elas
são as maiores vítimas das minas que quando não lhes roubam a vida,
estraçalha-lhes as pernas?
O mundo
precisa saber que existem milhares de crianças e adolescentes lutando em
revoluções e guerrilhas em várias partes do planeta. Permitir isto é confiá-las
ao mal, é roubar-lhes as esperanças. Se já é triste ver adultos se
estraçalhando em guerras, mais triste, ainda, é ver essas crianças portando
armas realmente assassinas.
Toda
criança é um apelo mudo ao universo adulto. Elas nascem com uma mensagem de
Deus, que precisamos decodificar.
Embora
tenhamos esboçado esse quadro contristador, temos, não esperanças, mas a
certeza, de que este mundo novo será uma realidade, e tão mais rápida quantos
mais esforços fizermos para construí-lo.
Em nome
das crianças do mundo suplicamos amor. Não apenas afagos e carícias, brinquedos
e viagens, mas também a luz do entendimento, a educação, bons exemplos,
palavras amigas, bondade. Não façamos delas estatuetas para exibir aos parentes
e amigos. Toda criança é bela, pois não existem crianças feias.
A
criança chega ao mundo completamente dependente. Se a mãe não colocar o peito
em sua boquinha ela perece de fome. Mas ela vem em nome de Deus para aprender
com os adultos, especialmente os pais e avós, a humildade, o devotamento, o
amor ao trabalho, o perdão e a fé.
Como
espíritas e reencarnacionistas, sabemos que a forma infantil guarda um espírito
adulto, que já tem armazenado um grande patrimônio de coisas boa e ruins. Muita
coisa fica registrado no íntimo do espíritos e se manifesta como tendências e
vocações. Observar essas tendências e corrigir as ruins é um dos maiores
deveres dos pais e educadores, assim como estimular os bons impulsos. Os pais
tem, do zero aos sete anos, um campo fértil para semear o amor, o respeito, a
bondade, estimular a criatividade e já dar noções de cidadania. Dos 7 aos 14
essa facilidade vai diminuindo, e dizem os especialistas que após os 14 anos
somente a dor terá forças para corrigi-los.
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