As Religiões
Segunda Aula
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"Vós sois a luz
do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende
uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a
todos os que se encontram na casa" -
(Mateus, cap. 5 - 14 e 15).
2.0 -
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
Desde os primórdios das
civilizações, o homem, intuitivamente, traz consigo a idéia de algo superior a
ele. No início tinha admiração e respeito pelos fenômenos da natureza e pelos
elementos naturais como água, sol, lua, terra e posteriormente pelo fogo. A
partir do fim da pré-história, o homem começou a agrupar-se em torno de uma
idéia religiosa, tendo em comum a adoração por vários deuses (politeísmo). No
decorrer dos tempos, o homem foi incorporando aos objetos de adoração inicial,
divindades humanas centradas em figuras de criaturas que ainda viviam entre
eles e que exerciam alguma forma de poder, ou figuras que já tinham vivido,
como reis, rainhas etc. A imaginação popular, pautada na grande ignorância da
época, se encarregava de emprestar a esses seres, qualidades que eles não
possuíam, moldando neles a imagem de um deus todo poderoso.
A história das civilizações nos informa que aos poucos os povos foram se agrupando de forma mais organizada e incorporando em sua cultura esse aspecto religioso que marcou quase todas as grandes civilizações deste planeta.
As primeiras civilizações de que temos conhecimento até hoje são as orientais (4 a 2 mil anos a.C.). Os sumérios, acadianos, babilônios, assírios, egípcios, hebreus, persas, fenícios, cretenses, hititas, persas e medos, chineses e hindus, todos eram politeístas, com variações em suas divindades. As civilizações ocidentais (3 mil a 476 a.C.) são mais novas e também tiveram o politeísmo como fator determinante em suas religiões. As mais importantes foram a civilização grega e a romana.
O termo "religião" provém do latim "religare" e implica na crença em forças consideradas sobrenaturais, criadoras do Universo. Sua finalidade é a de orientar moralmente o homem e religar a criatura ao Criador, através dos ensinamentos da Espiritualidade.
A Religião é a crença na existência da alma, de uma vida além da morte física e de princípios não materiais e leis morais que são fundamentos de todas as coisas. Tais princípios emanam da Inteligência Suprema e foram revelados em períodos distintos em várias regiões do planeta. Eles orientam a vida humana na busca do equilíbrio e da paz pessoal, descortinando o destino do homem como ser imortal. Por este motivo, é necessário tornarem-se conhecidos de toda a humanidade.
A história das civilizações nos informa que aos poucos os povos foram se agrupando de forma mais organizada e incorporando em sua cultura esse aspecto religioso que marcou quase todas as grandes civilizações deste planeta.
As primeiras civilizações de que temos conhecimento até hoje são as orientais (4 a 2 mil anos a.C.). Os sumérios, acadianos, babilônios, assírios, egípcios, hebreus, persas, fenícios, cretenses, hititas, persas e medos, chineses e hindus, todos eram politeístas, com variações em suas divindades. As civilizações ocidentais (3 mil a 476 a.C.) são mais novas e também tiveram o politeísmo como fator determinante em suas religiões. As mais importantes foram a civilização grega e a romana.
O termo "religião" provém do latim "religare" e implica na crença em forças consideradas sobrenaturais, criadoras do Universo. Sua finalidade é a de orientar moralmente o homem e religar a criatura ao Criador, através dos ensinamentos da Espiritualidade.
A Religião é a crença na existência da alma, de uma vida além da morte física e de princípios não materiais e leis morais que são fundamentos de todas as coisas. Tais princípios emanam da Inteligência Suprema e foram revelados em períodos distintos em várias regiões do planeta. Eles orientam a vida humana na busca do equilíbrio e da paz pessoal, descortinando o destino do homem como ser imortal. Por este motivo, é necessário tornarem-se conhecidos de toda a humanidade.
a)
Finalidade das religiões
"Todas as
reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na
comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que esta deve e pode exercer toda a
sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das garras
da matéria" - (Allan Kardec -
Revista Espírita, Dezembro, 1868).
A Ciência terrena promove
o progresso material e intelectual da humanidade. A Religião tem como tarefa
promover o progresso moral dos seres humanos, demonstrando a eles que os bens
materiais são instrumentos que devem ser usados para edificar moralmente as
criaturas e que foram feitos para a felicidade de toda a coletividade. Precisa
mostrar aos homens, que eles não devem tornar-se escravos de suas paixões. A
religião deve divulgar as palavras do Cristo explicando ao povo que o Reino de
Deus está dentro das pessoas, e que só o esforço do melhoramento pessoal conduz
a alma no caminho do tão sonhado equilíbrio. As religiões, portanto, tem como
objetivo geral modificar moralmente o homem, melhorando sua qualidade de vida
espiritual. Aquelas que não atingirem essa meta terão
que explicar a que vieram.
b)
Diversidade das religiões
No mundo atual,
observa-se a existência de grande número de religiões e seitas que se multiplicam
a cada dia. Este fenômeno social acontece por duas razões distintas: a cultura
e costumes dos povos e a idade espiritual heterogênea da humanidade. Muitos
tipos de Espíritos, de diversos estágios evolutivos, habitam a Terra. Cada um
vê Deus a seu modo e interpreta Sua palavra segundo o próprio entendimento.
Todas as religiões que elevam moralmente o homem são boas. Aconselha-se, no
entanto, que as pessoas evitem religiões onde haja deuses e rituais estranhos,
sacrifícios e orientações que afastem o homem da vida e de suas ocupações
sociais.
Com o inegável avanço da Ciência e da tecnologia, torna-se cada dia mais difícil as pessoas aceitarem dogmas religiosos contrários à razão.
Estudaremos um pouco das principais religiões existentes no planeta, para nosso conhecimento geral. São elas: Judaísmo, Hinduísmo, Budismo, Cristianismo, Islamismo.
Com o inegável avanço da Ciência e da tecnologia, torna-se cada dia mais difícil as pessoas aceitarem dogmas religiosos contrários à razão.
Estudaremos um pouco das principais religiões existentes no planeta, para nosso conhecimento geral. São elas: Judaísmo, Hinduísmo, Budismo, Cristianismo, Islamismo.
Judaísmo - Primeira religião monoteísta da humanidade. Surgiu
entre os antigos israelitas no Oriente Médio. Segundo a tradição judaica,
Abraão fundou a religião por volta de 1700 a.C., após receber uma revelação de
Deus. Seu neto Jacó, também chamado Israel, teve 12 filhos, origem das 12
tribos israelitas. Durante certo tempo, muitos israelitas estabeleceram-se no
Egito, onde acabaram tornando-se escravos. Por volta de 1300 a.C., o grande
legislador hebreu, Moisés, descendente de Abraão, tirou-os do Egito e levou-os
a Canaã, atual Palestina, depois de 40 anos viajando no deserto.
Depois de Salomão, filho do rei Davi (que transformou Jerusalém em centro religioso), as tribos dividem-se em dois reinos: o de Israel, na Samaria e o de Judá, com capital em Jerusalém. O reino de Israel é devastado em 721 a.C. pelos assírios e não mais reconstruído. Permanece o reino de Judá, enfrentando toda sorte de adversidades, como escravidão, guerras, invasões etc. Depois da destruição do Templo de Jerusalém, pelos romanos, em 70 d.C. e da destruição da cidade em 135 d.C., os judeus se dispersam por todos os continentes (segunda diáspora judaica), mas mantém a unidade cultural e religiosa. Somente em 1948 termina a diáspora, com a criação do Estado de Israel.
Os judeus têm como livro sagrado A Bíblia judaica, dividida em 3 (três) livros: Torah, Os Profetas e os Escritos.
O Torah é a escritura sagrada dos judeus. Reúne os cinco livros primeiros da Bíblia, atribuídos a Moisés: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Existem cerca de 14 milhões de judeus em todo o mundo; 4,5 milhões só no Estado de Israel.
Depois de Salomão, filho do rei Davi (que transformou Jerusalém em centro religioso), as tribos dividem-se em dois reinos: o de Israel, na Samaria e o de Judá, com capital em Jerusalém. O reino de Israel é devastado em 721 a.C. pelos assírios e não mais reconstruído. Permanece o reino de Judá, enfrentando toda sorte de adversidades, como escravidão, guerras, invasões etc. Depois da destruição do Templo de Jerusalém, pelos romanos, em 70 d.C. e da destruição da cidade em 135 d.C., os judeus se dispersam por todos os continentes (segunda diáspora judaica), mas mantém a unidade cultural e religiosa. Somente em 1948 termina a diáspora, com a criação do Estado de Israel.
Os judeus têm como livro sagrado A Bíblia judaica, dividida em 3 (três) livros: Torah, Os Profetas e os Escritos.
O Torah é a escritura sagrada dos judeus. Reúne os cinco livros primeiros da Bíblia, atribuídos a Moisés: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Existem cerca de 14 milhões de judeus em todo o mundo; 4,5 milhões só no Estado de Israel.
Hinduísmo - Surgiu por volta de 1500 a.C. Naquela época, os
arianos, um povo da Ásia Central, invadiram e conquistaram a Índia.
Gradualmente, a cultura ariana misturou-se à cultura de um povo nativo
conhecido como drávida. O hinduísmo desenvolveu-se a partir da mesclagem destas
duas culturas. A doutrina está fundamentada nos quatro livros dos Vedas
(conhecimento, em sânscrito), um conjunto de textos sagrados compostos de
hinos, louvores e ritos. As características principais do hinduísmo são o
politeísmo e a crença na reencarnação. Com o passar dos tempos, os sacerdotes
estabelecem o sistema de castas, que se torna a principal instituição da
sociedade indiana.
Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabelecem Brahma como o deus principal e o princípio criador.
Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos do hinduísmo em todo o mundo.
Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabelecem Brahma como o deus principal e o princípio criador.
Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos do hinduísmo em todo o mundo.
Budismo - Sistema ético, religioso e filosófico fundado pelo
príncipe hindu Sidarta Gautama (563 a.C.? - 483 a.C.?), o Buda, por volta do
século VI a.C. Consiste no ensinamento de como superar o sofrimento e atingir o
nirvana (estado total de paz e plenitude) por meio da disciplina mental e de
uma forma correta de vida.
Em parte, o budismo pode ser considerado uma rebelião contra certas características do hinduísmo. O budismo opunha-se ao culto hinduísta de muitas divindades, à ênfase no sistema de castas e ao poder da classe sacerdotal hinduísta. O budismo está praticamente extinto na Índia, desde a invasão muçulmana no século XII. Hoje tem cerca de 300 milhões de budistas em todo o mundo.
Em parte, o budismo pode ser considerado uma rebelião contra certas características do hinduísmo. O budismo opunha-se ao culto hinduísta de muitas divindades, à ênfase no sistema de castas e ao poder da classe sacerdotal hinduísta. O budismo está praticamente extinto na Índia, desde a invasão muçulmana no século XII. Hoje tem cerca de 300 milhões de budistas em todo o mundo.
Cristianismo - Iniciada por Jesus Cristo e seus discípulos, em
meados do século I. Atualmente é uma das religiões mais difundidas no mundo,
com algo em torno de 1,9 bilhão de fiéis. Divide-se em três ramos principais:
Catolicismo, Igreja Ortodoxa e Protestantismo.
A fé cristã professa que Deus, revelado a Abraão, Moisés e aos profetas, envia à Terra seu filho como Messias (Cristo, em grego), o Salvador.
As religiões cristãs fundamentam-se na Bíblia ou Escrituras Sagradas, que falam da gênese do Universo, do mundo e do homem terreno. Contém um conjunto de textos muito importantes para o entendimento da história da humanidade, desde a sua criação até hoje.
Mais adiante nos deteremos no estudo desta religião, um dos pilares em que se sustenta a Doutrina Espírita.
A fé cristã professa que Deus, revelado a Abraão, Moisés e aos profetas, envia à Terra seu filho como Messias (Cristo, em grego), o Salvador.
As religiões cristãs fundamentam-se na Bíblia ou Escrituras Sagradas, que falam da gênese do Universo, do mundo e do homem terreno. Contém um conjunto de textos muito importantes para o entendimento da história da humanidade, desde a sua criação até hoje.
Mais adiante nos deteremos no estudo desta religião, um dos pilares em que se sustenta a Doutrina Espírita.
Islamismo - Religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Maomé
(570 - 632), chamado "O Profeta", contidos no livro sagrado islâmico
"O Alcorão". A palavra Islã significa "submeter-se" e
exprime a submissão à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus
seguidores são chamados muçulmanos, que significa "aquele que se submete a
Deus". Segundo eles, O Alcorão contém a mensagem de Deus a Maomé, mediada
pelo arcanjo Gabriel, recebidas de 610 a 632. Seus ensinamentos são
considerados infalíveis.
Fundada onde é hoje a Arábia Saudita, estima-se que seja professada por mais de 1.3 bilhão de pessoas, distribuídas principalmente no norte da África, no Oriente Médio e na Ásia.
Os muçulmanos estão divididos em sunitas e xiitas. Os sunitas (80%) são os seguidores da tradição do profeta, continuada por All-Abbas, seu tio. Os xiitas são partidários de Ali, marido da filha de Maomé, e são extremamente radicais.
Fundada onde é hoje a Arábia Saudita, estima-se que seja professada por mais de 1.3 bilhão de pessoas, distribuídas principalmente no norte da África, no Oriente Médio e na Ásia.
Os muçulmanos estão divididos em sunitas e xiitas. Os sunitas (80%) são os seguidores da tradição do profeta, continuada por All-Abbas, seu tio. Os xiitas são partidários de Ali, marido da filha de Maomé, e são extremamente radicais.
2.1 - A
BÍBLIA
Diz a tradição histórica
que a Bíblia é o livro sagrado de um povo. Estudiosos das Escrituras afirmam
que se trata de uma história ligada estritamente ao povo hebreu. Mas, existem
diversos trechos dos textos antigos, principalmente no Novo Testamento, nos
quais o Espírito Divino dirige-se à humanidade como um todo, procurando
orientá-la moralmente e dizendo-lhe que haverá um tempo em que a luz divina
estará presente em todo o planeta, trazendo uma época de prosperidade a todos
os povos.
A Bíblia é um conjunto de livros considerados sacros, que se divide em Velho e Novo Testamento. O Velho Testamento narra o período que antecede a época em que viveu Jesus. O Novo Testamento fala de sua vida, sua mensagem e do começo do movimento cristão.
Sendo a Doutrina Espírita o Cristianismo redivivo, no dizer dos Espíritos superiores, nos parece lógico que nos esforcemos para estudar esse livro com seriedade, tirando dele os ensinamentos que necessitamos, à luz do Espiritismo. Infelizmente, por razões que não nos cabe considerar no momento, esse não é um hábito entre os espíritas, o que deixa uma grande lacuna em termos de entendimento da mensagem divina e mesmo da origem da nossa doutrina.
A Bíblia é um conjunto de livros considerados sacros, que se divide em Velho e Novo Testamento. O Velho Testamento narra o período que antecede a época em que viveu Jesus. O Novo Testamento fala de sua vida, sua mensagem e do começo do movimento cristão.
Sendo a Doutrina Espírita o Cristianismo redivivo, no dizer dos Espíritos superiores, nos parece lógico que nos esforcemos para estudar esse livro com seriedade, tirando dele os ensinamentos que necessitamos, à luz do Espiritismo. Infelizmente, por razões que não nos cabe considerar no momento, esse não é um hábito entre os espíritas, o que deixa uma grande lacuna em termos de entendimento da mensagem divina e mesmo da origem da nossa doutrina.
a) Velho
Testamento
O Velho Testamento
inicia-se com cinco livros, de suposta autoria do profeta Moisés, e são
conhecidos como o Pentateuco Mosaico. A história do povo hebreu, com o patriarca
Abraão, data de 1700 a.C. e a época do aparecimento dessas obras é assinalada
em torno de 1500 a 1300 anos antes de Cristo.
Em alguns escritos de Moisés, encontram-se os ensinamentos que foram os primeiros fundamentos das leis morais: os Dez Mandamentos. Estas orientações de vida constituíram-se no aspecto Divino de sua revelação, feitas pelos Espíritos superiores através da mediunidade do profeta, e estão válidas até os dias atuais. São as seguintes:
Em alguns escritos de Moisés, encontram-se os ensinamentos que foram os primeiros fundamentos das leis morais: os Dez Mandamentos. Estas orientações de vida constituíram-se no aspecto Divino de sua revelação, feitas pelos Espíritos superiores através da mediunidade do profeta, e estão válidas até os dias atuais. São as seguintes:
- Não adorarás
imagens.
- Não usarás o nome de Deus em vão.
- Santificarás um dia da semana.
- Honrarás pai e mãe.
- Não matarás.
- Não cometerás adultério.
- Não furtarás.
- Não mentirás.
- Não desejarás a mulher do próximo.
- Não terás inveja.
- Não usarás o nome de Deus em vão.
- Santificarás um dia da semana.
- Honrarás pai e mãe.
- Não matarás.
- Não cometerás adultério.
- Não furtarás.
- Não mentirás.
- Não desejarás a mulher do próximo.
- Não terás inveja.
Os livros considerados
como obras de Moisés são:
Gênesis: A Gênesis trata da origem da Criação e do próprio
mundo terreno. Nele, há uma narrativa simbólica onde todas as fases do
aparecimento do Universo e do planeta Terra são descritas com relativa
precisão. No estudo da Codificação Espírita, voltaremos a nos ocupar desse
assunto, examinando o livro preparado por Allan Kardec, também denominado
"A Gênese", que trata o tema em profundidade.
Êxodo: O livro Êxodo conta os principais episódios ligados à
libertação do povo hebreu, escravo no antigo Egito durante cerca de
quatrocentos anos. Esta liberdade teria sido conseguida através do trabalho
missionário de Moisés, narrado em detalhes pela história bíblica.
Levítico: O Levítico é o livro que contém as instruções que
eram destinadas à orientação dos cultos entre os seguidores do Legislador
hebreu e a Divindade. Orientava as obrigações e rituais religiosos da época.
Números: O livro Números apresenta parte da história da
movimentação dos hebreus no deserto em direção à Canaã, a terra prometida.
Nele, existe ainda a realização de um censo, feito com a finalidade de se saber
quantas pessoas empreenderam a histórica viagem, depois que Moisés as libertou
do Egito.
Deuteronômio: O Deuteronômio apresenta um código de leis
promulgadas por Moisés, destinadas a reorganizar a vida social do seu povo. É
neste livro que se encontra a proibição dos contatos mediúnicos com os
"mortos". A lei mosaica proibia essas atividades, porque as evocações
fúteis, comuns entre os egípcios, também eram praticadas pelos hebreus de forma
fanática e irresponsável. A prática tinha se vulgarizado e se tornado em motivo
de graves problemas entre eles. A proibição foi uma medida disciplinar do
legislador.
Segundo historiadores, o missionário Moisés levou do Egito para Israel, chamado naquele tempo de Canaã, uma multidão de quatrocentas mil pessoas. A viagem durou quarenta anos. Ainda no Velho Testamento, destacam-se os livros dos demais profetas, que são em número de trinta e quatro. A maioria deles contém profecias que falam da vinda futura de um Espírito iluminado, que traria o Reino de Deus à humanidade. Essas previsões se concretizaram na encarnação de Jesus, o Cristo.
Segundo historiadores, o missionário Moisés levou do Egito para Israel, chamado naquele tempo de Canaã, uma multidão de quatrocentas mil pessoas. A viagem durou quarenta anos. Ainda no Velho Testamento, destacam-se os livros dos demais profetas, que são em número de trinta e quatro. A maioria deles contém profecias que falam da vinda futura de um Espírito iluminado, que traria o Reino de Deus à humanidade. Essas previsões se concretizaram na encarnação de Jesus, o Cristo.
b) Novo
Testamento
O Novo Testamento é um
conjunto de livros que narra a história do aparecimento do Cristianismo. Fala
do nascimento de Jesus, de sua vida pública como pregador e de seu trabalho
como médium. Apresenta ainda, discursos e informações sobre seus discípulos
diretos e indiretos. Encerra-se com o livro chamado Apocalipse, prevendo a fase
da transição, com o fim do mundo velho e o estabelecimento do período de
regeneração, justiça e paz social na Terra. O Novo Testamento assim se divide:
- Evangelho de Mateus
(discípulo de Jesus),
- Evangelho de Marcos (discípulo de Pedro),
- Evangelho de Lucas (discípulo de Paulo),
- Evangelho de João (discípulo de Jesus),
- Atos dos Apóstolos,
- Epístolas de Paulo,
- Epístola de Tiago,
- Epístolas de Pedro,
- Epístolas de João Evangelista,
- Epístola de Judas Tadeu e
- Apocalipse, atribuído a João Evangelista.
- Evangelho de Marcos (discípulo de Pedro),
- Evangelho de Lucas (discípulo de Paulo),
- Evangelho de João (discípulo de Jesus),
- Atos dos Apóstolos,
- Epístolas de Paulo,
- Epístola de Tiago,
- Epístolas de Pedro,
- Epístolas de João Evangelista,
- Epístola de Judas Tadeu e
- Apocalipse, atribuído a João Evangelista.
c) Alguns
dados importantes
Adão e Eva: Segundo as religiões convencionais, Adão e Eva teriam
vivido na Terra há quatro mil anos antes de Cristo.
Idade científica da Terra: Cerca de quatro bilhões e meio de anos.
Primórdios da Civilização: 100 mil anos.
Aparecimento de tipos humanos modernos: 30 mil anos
Berço da Civilização: Mesopotâmia (Iraque) e Babilônia (Irã).
Idade científica da Terra: Cerca de quatro bilhões e meio de anos.
Primórdios da Civilização: 100 mil anos.
Aparecimento de tipos humanos modernos: 30 mil anos
Berço da Civilização: Mesopotâmia (Iraque) e Babilônia (Irã).
A Ciência comprovou,
cientificamente, a impossibilidade da história relativa à humanidade ter-se
iniciado somente há quatro mil anos e demonstrou que o homem surgiu em
condições bastante primitivas em vários pontos da Terra, há milhares de anos
atrás. Seus vestígios foram encontrados por pesquisadores e historiadores em
cavernas e sítios arqueológicos.
2.2 - A IGREJA
CATÓLICA
Logo depois da morte de
Jesus, seus discípulos diretos fundaram a Igreja primitiva e alguns núcleos
cristãos foram edificados por eles, dando início à divulgação da Boa Nova. Os
primeiros cristãos foram judeus que acreditavam que Jesus era o Messias, o
salvador esperado por sua raça. Os adeptos da nova crença gradativamente foram
se afastando do judaísmo, entretanto adotaram as Escrituras judaicas, o que foi
fonte de discordâncias entre alguns dos apóstolos, nos primeiros tempos. Mais
tarde, apareceu no cenário histórico a figura de Paulo de Tarso, chamado
"apóstolo dos gentios". Devido sua profunda dedicação ao ideal do
Cristo, as atividades cristãs se multiplicaram e várias comunidades foram
fundadas sob sua orientação. A história da vida desse apóstolo, pode ser
apreciada na Bíblia, através das cartas que escrevia às Igrejas e aos seus
discípulos. Nesses escritos, ele procurava passar as orientações devidas aos
núcleos, profundamente apaixonado que era pelo ideal de amor de Jesus. Foi devido
a sua coragem e perseverança que a doutrina do Rabi Galileu não permaneceu
circunscrita à comunidade judaica e ultrapassou as fronteiras de raça, indo ser
semeada para todos os povos.
Neste período, as práticas doutrinárias e mediúnicas nos templos eram puras e simples, próximas das que hoje temos nos centros espíritas. Os adeptos se reuniam para estudar os princípios da moral evangélica, deixada por Jesus. Uns liam, outros interpretavam e eram comuns as manifestações de Espíritos, o que para eles era muito natural.
Depois do desaparecimento de Paulo, por volta de 67 d.C. o número de igrejas em terras pagãs continuou a crescer. Por volta de 140, o centro do cristianismo tinha mudado para comunidades cristãs nas cidades de Antioquia, na Síria; Alexandria, no Egito; e principalmente Roma. Os cristãos primitivos ainda foram perseguidos durante muitos anos pelo sistema político dominante.
A história da Igreja atingiu um momento decisivo em 313, quando o imperador romano Constantino, o Grande, deu aos cristãos a liberdade para a prática de sua religião e o Estado devolveu aos seguidores de Jesus muitos bens materiais que deles haviam sido confiscados no período da perseguição. Após o Concílio de Nicéia, no ano 325 d.C., fixou-se definitivamente o símbolo da fé e a partir daí instalou-se a edificação nos templos, de altares consagrados ao Senhor. Era o nascimento do Catolicismo. Este foi o primeiro dos sete concílios realizados entre 325 e 787. Datam deste período as mais graves desfigurações da beleza e simplicidade do Evangelho, inclusive em seus aspectos práticos.
Em 330, Constantino deixou Roma e se estabeleceu a capital do Império numa nova cidade, batizada com seu nome - Constantinopla (atualmente Istambul, na Turquia). A cidade tornou-se o centro do cristianismo oriental. Bem mais tarde (1054) deu origem ao cisma dentro da Igreja, de onde nasceu a Igreja Ortodoxa.
Neste período, as práticas doutrinárias e mediúnicas nos templos eram puras e simples, próximas das que hoje temos nos centros espíritas. Os adeptos se reuniam para estudar os princípios da moral evangélica, deixada por Jesus. Uns liam, outros interpretavam e eram comuns as manifestações de Espíritos, o que para eles era muito natural.
Depois do desaparecimento de Paulo, por volta de 67 d.C. o número de igrejas em terras pagãs continuou a crescer. Por volta de 140, o centro do cristianismo tinha mudado para comunidades cristãs nas cidades de Antioquia, na Síria; Alexandria, no Egito; e principalmente Roma. Os cristãos primitivos ainda foram perseguidos durante muitos anos pelo sistema político dominante.
A história da Igreja atingiu um momento decisivo em 313, quando o imperador romano Constantino, o Grande, deu aos cristãos a liberdade para a prática de sua religião e o Estado devolveu aos seguidores de Jesus muitos bens materiais que deles haviam sido confiscados no período da perseguição. Após o Concílio de Nicéia, no ano 325 d.C., fixou-se definitivamente o símbolo da fé e a partir daí instalou-se a edificação nos templos, de altares consagrados ao Senhor. Era o nascimento do Catolicismo. Este foi o primeiro dos sete concílios realizados entre 325 e 787. Datam deste período as mais graves desfigurações da beleza e simplicidade do Evangelho, inclusive em seus aspectos práticos.
Em 330, Constantino deixou Roma e se estabeleceu a capital do Império numa nova cidade, batizada com seu nome - Constantinopla (atualmente Istambul, na Turquia). A cidade tornou-se o centro do cristianismo oriental. Bem mais tarde (1054) deu origem ao cisma dentro da Igreja, de onde nasceu a Igreja Ortodoxa.
a) Os
dogmas
Os dogmas são pontos
fundamentais e indiscutíveis de uma doutrina religiosa. No Catolicismo, os
dogmas foram responsáveis pelo aparecimento dos costumes sacramentais, das
confissões, do culto às imagens, da hóstia, da obediência ao Papa, dos altares,
dos paramentos, do batismo, da crisma etc. Isso se deu pela forte influência
das doutrinas pagãs e judaicas existentes no meio naquela época, o que levou
seus seguidores a adaptarem seus costumes aos ensinamentos de Jesus,
desfigurando seu verdadeiro sentido.
b) A
Reforma Protestante
Depois que a Igreja
estabeleceu os dogmas, pouco a pouco ela foi se distanciando do povo, deixando
de atender suas necessidades espirituais de conforto e assistência. Com o
passar dos anos, desvirtuou-se de tal maneira que já não se poderiam reconhecer
nela nenhum vestígio dos iluminados valores das primeiras eras. Pouco a pouco,
deixou de ser o farol espiritual de um povo para mergulhar nas profundas e
negras águas das disputas do poder temporal. Frente a isso, surgiram líderes
dentro da própria Igreja que começaram a lutar contra a política desenvolvida
pelo clero, fomentando nos adeptos da fé cristã, um espírito de renovação
espiritual.
Foi o primeiro passo para um importante movimento de reestruturação da Igreja, que culminou na Reforma Protestante. Desta revolução houve uma divisão na Igreja e nasceu o Protestantismo. Dentre os homens que trabalharam para restituir o verdadeiro sentido do Evangelho de Jesus, destacaram-se líderes como:
Foi o primeiro passo para um importante movimento de reestruturação da Igreja, que culminou na Reforma Protestante. Desta revolução houve uma divisão na Igreja e nasceu o Protestantismo. Dentre os homens que trabalharam para restituir o verdadeiro sentido do Evangelho de Jesus, destacaram-se líderes como:
John Wycliffe (1324 -
1385): Filósofo inglês, tornou-se
famoso como professor de filosofia na Universidade de Oxford, onde defendia
idéias nacionalistas e contra os poderes de papas e bispos. Segundo Wycliffe,
os governantes injustos não podiam exigir obediência do povo, porque a
obediência depende da vontade de Deus. Negava a doutrina da transubstanciação
(transformação da água e vinho em corpo e sangue de Jesus). Com essas idéias
despertou a ira do clero e passou a ser perseguido pela Igreja. Em suas últimas
obras, declarou que a Bíblia, não a Igreja, era autoridade na doutrina cristã.
As classes elitistas achavam que as idéias desse revolucionário encorajavam os
pobres a exigirem melhores condições de vida.
Com a ajuda e incentivo de Wycliffe, seus seguidores traduziram a Bíblia para o inglês. Foi considerado o primeiro grande reformador pelos ingleses.
Com a ajuda e incentivo de Wycliffe, seus seguidores traduziram a Bíblia para o inglês. Foi considerado o primeiro grande reformador pelos ingleses.
João Huss (1369-1415): Reformador religioso da Boêmia, cujos ensinos foram
os precursores da Reforma protestante, influenciado pelas obras de John
Wycliffe. Foi ordenado padre em 1401. Huss criticou asperamente o comportamento
de bispos, cardeais e papas e pedia uma reforma na Igreja. Atacou com veemência
a venda de indulgências e chamava o papado de "uma instituição de
Satanás".
Em 1409 foi eleito reitor da Universidade de Praga. Mas Huss já era considerado um notório herege e foi excomungado em 1412. Em 1414, foi chamado a depor perante o Concílio de Constança, onde foi condenado, embora lhe tivessem prometido que estaria em segurança, caso concordasse em ir ao concílio para se defender. Morreu queimado numa fogueira, acusado de heresia. Depois de sua morte, desencadeou-se um período negro de guerras civis, por conflitos religiosos entre os hussitas (seguidores do reformador) e os católicos tradicionais, leais ao papa. Os dois lados chegaram a um acordo em 1436. Mas apesar da repressão religiosa, alguns adeptos de Huss organizaram-se em grupos e nasceu em 1457, na Morávia, região cultural da Tchecoslováquia, a Unitas Fratrum (União de Irmãos). Este grupo cresceu e era uma força religiosa importante no tempo de Martim Lutero.
Em 1409 foi eleito reitor da Universidade de Praga. Mas Huss já era considerado um notório herege e foi excomungado em 1412. Em 1414, foi chamado a depor perante o Concílio de Constança, onde foi condenado, embora lhe tivessem prometido que estaria em segurança, caso concordasse em ir ao concílio para se defender. Morreu queimado numa fogueira, acusado de heresia. Depois de sua morte, desencadeou-se um período negro de guerras civis, por conflitos religiosos entre os hussitas (seguidores do reformador) e os católicos tradicionais, leais ao papa. Os dois lados chegaram a um acordo em 1436. Mas apesar da repressão religiosa, alguns adeptos de Huss organizaram-se em grupos e nasceu em 1457, na Morávia, região cultural da Tchecoslováquia, a Unitas Fratrum (União de Irmãos). Este grupo cresceu e era uma força religiosa importante no tempo de Martim Lutero.
Martim Lutero
(1483-1546): Teólogo alemão e líder
da Reforma, movimento religioso que levou ao nascimento do protestantismo. Sua
influência ultrapassou as fronteiras protestantes e mesmo do cristianismo como
um todo, pois trouxe uma série de consequências políticas, econômicas e sociais
para o mundo ocidental.
Em 1501, Lutero decide tornar-se advogado a pedido de seu pai e entra para a Universidade de Erfurt, onde estuda Artes, Lógica, Retórica, Física e Direito. Torna-se mestre em Filosofia e em 1505 entra para a Ordem dos Agostinianos, depois de uma intensa experiência que viveu durante uma tempestade. Ordena-se padre em 1507 e em 1512 doutora-se em Teologia, sendo designado como professor de teologia em Winttenberg, cargo que manteve por toda a vida.
Em seus estudos das Sagradas Escrituras, descobriu o verdadeiro sentido da doutrina de Jesus Cristo e sua grande ausência na crença que professava. Influenciado pelos ensinamentos de João Huss, padre excomungado e condenado à fogueira pela Igreja Católica, Lutero começou a desenhar sua doutrina reformista entre seus alunos. A questão fundamental inicial foi a venda de indulgências, prática comum naquela época, utilizada pela Igreja para angariar fundos e manter a vida de prazeres mundanos em que tinha mergulhado o papado. A prática, considerada imoral por Lutero e outros que o precederam nessa luta, foi duramente combatida por ele.
Em 1517 se fez ouvir sua voz contra os hábitos mundanos e abusivos que a Igreja vinha cometendo, vendendo a salvação em troca de moedas de ouro: afixou suas famosas "95 teses" na porta da igreja do castelo de Wittenberg. As teses, além de combater a venda de indulgências, abordava outros pontos igualmente importantes de sua doutrina como negação do culto aos santos e autoridade papal, abole a confissão obrigatória e o celibato clerical e só aceita os sacramentos do batismo e da eucaristia. Iniciaram-se as perseguições e calúnias de seus inimigos católicos, com as quais conviveu até a morte.
Em 1519 manteve um famoso debate em Leipzig com um teólogo católico, Johann Eck. Ele fez Lutero admitir que tinha algumas das opiniões de João Huss, considerado herege pela Igreja. Durante o debate Lutero atacou o Concílio de Constança pela condenação de Huss. Eck provocou a excomunhão do monge em 1520 e combateu o protestantismo pelo resto da vida.
Em 1521, Lutero já excomungado pelo papa Leão X, é convocado pelo imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, a retratar-se em Worms, Alemanha, em um conselho de príncipes, nobres e religiosos. O reformador compareceu e reafirmou suas convicções. Declarou: "A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão pura (pois não confio apenas no papa ou nos concílios, uma vez que é público o fato deles terem, com frequência, incorrido em erro ou entrado em contradição), estou preso pelas Escrituras que citei e minha consciência é cativa da palavra de Deus. Eu não posso e não irei renegar nada, já que não é seguro, nem correto, ir contra a consciência. Não posso agir de outro modo".
Excomungado, Lutero publica os documentos Manifesto à Nobreza Alemã, Do Cativeiro Babilônico da Igreja e Da Liberdade do Cristão, os grandes escritos reformistas. Em 1521 é banido pelo imperador Carlos V da Alemanha. Apoiado por setores da nobreza, traduz a Bíblia para o alemão vulgar, obra prima-literária, que se constituiu em enorme contribuição para a criação da língua alemã moderna.
Abandona a ordem agostiniana em 1524 e, no ano seguinte, casa-se com uma ex-freira. Em 1530, o imperador Carlos V convoca uma dieta (encontro) dos grupos antagonistas, em Augsburgo, cidade da Alemanha, para acabar com as disputas religiosas em seu império, que havia atingido grandes proporções e consequências assustadoras. Johann Eck faz circular rapidamente panfletos denunciando Lutero e seus seguidores. Para responder ao ataque, é feito um documento com o resumo dos ensinamentos de Lutero, que ficou famoso com o nome de Confissão de Augsburgo. Escrito e defendido por Phillip Melanchthon, principal colaborador e amigo do reformador, os escritos tentavam um equilíbrio em relação a certos pontos controvertidos e mostravam que os luteranos apoiavam a tradição histórica da igreja cristã. A Confissão foi rejeitada por Carlos V, mas converteu-se na declaração básica de fé da Igreja Luterana.
Na época de sua morte, em Eisleben, em 18 de fevereiro de 1546, aos 63 anos, Lutero já era reconhecido como uma figura importante na história do cristianismo e do mundo. Foi considerado o alemão mais influente de todos os tempos, pois o movimento desencadeado por ele afetou o desenvolvimento político e cultural da cada nação na Europa e na América.
Em 1501, Lutero decide tornar-se advogado a pedido de seu pai e entra para a Universidade de Erfurt, onde estuda Artes, Lógica, Retórica, Física e Direito. Torna-se mestre em Filosofia e em 1505 entra para a Ordem dos Agostinianos, depois de uma intensa experiência que viveu durante uma tempestade. Ordena-se padre em 1507 e em 1512 doutora-se em Teologia, sendo designado como professor de teologia em Winttenberg, cargo que manteve por toda a vida.
Em seus estudos das Sagradas Escrituras, descobriu o verdadeiro sentido da doutrina de Jesus Cristo e sua grande ausência na crença que professava. Influenciado pelos ensinamentos de João Huss, padre excomungado e condenado à fogueira pela Igreja Católica, Lutero começou a desenhar sua doutrina reformista entre seus alunos. A questão fundamental inicial foi a venda de indulgências, prática comum naquela época, utilizada pela Igreja para angariar fundos e manter a vida de prazeres mundanos em que tinha mergulhado o papado. A prática, considerada imoral por Lutero e outros que o precederam nessa luta, foi duramente combatida por ele.
Em 1517 se fez ouvir sua voz contra os hábitos mundanos e abusivos que a Igreja vinha cometendo, vendendo a salvação em troca de moedas de ouro: afixou suas famosas "95 teses" na porta da igreja do castelo de Wittenberg. As teses, além de combater a venda de indulgências, abordava outros pontos igualmente importantes de sua doutrina como negação do culto aos santos e autoridade papal, abole a confissão obrigatória e o celibato clerical e só aceita os sacramentos do batismo e da eucaristia. Iniciaram-se as perseguições e calúnias de seus inimigos católicos, com as quais conviveu até a morte.
Em 1519 manteve um famoso debate em Leipzig com um teólogo católico, Johann Eck. Ele fez Lutero admitir que tinha algumas das opiniões de João Huss, considerado herege pela Igreja. Durante o debate Lutero atacou o Concílio de Constança pela condenação de Huss. Eck provocou a excomunhão do monge em 1520 e combateu o protestantismo pelo resto da vida.
Em 1521, Lutero já excomungado pelo papa Leão X, é convocado pelo imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, a retratar-se em Worms, Alemanha, em um conselho de príncipes, nobres e religiosos. O reformador compareceu e reafirmou suas convicções. Declarou: "A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão pura (pois não confio apenas no papa ou nos concílios, uma vez que é público o fato deles terem, com frequência, incorrido em erro ou entrado em contradição), estou preso pelas Escrituras que citei e minha consciência é cativa da palavra de Deus. Eu não posso e não irei renegar nada, já que não é seguro, nem correto, ir contra a consciência. Não posso agir de outro modo".
Excomungado, Lutero publica os documentos Manifesto à Nobreza Alemã, Do Cativeiro Babilônico da Igreja e Da Liberdade do Cristão, os grandes escritos reformistas. Em 1521 é banido pelo imperador Carlos V da Alemanha. Apoiado por setores da nobreza, traduz a Bíblia para o alemão vulgar, obra prima-literária, que se constituiu em enorme contribuição para a criação da língua alemã moderna.
Abandona a ordem agostiniana em 1524 e, no ano seguinte, casa-se com uma ex-freira. Em 1530, o imperador Carlos V convoca uma dieta (encontro) dos grupos antagonistas, em Augsburgo, cidade da Alemanha, para acabar com as disputas religiosas em seu império, que havia atingido grandes proporções e consequências assustadoras. Johann Eck faz circular rapidamente panfletos denunciando Lutero e seus seguidores. Para responder ao ataque, é feito um documento com o resumo dos ensinamentos de Lutero, que ficou famoso com o nome de Confissão de Augsburgo. Escrito e defendido por Phillip Melanchthon, principal colaborador e amigo do reformador, os escritos tentavam um equilíbrio em relação a certos pontos controvertidos e mostravam que os luteranos apoiavam a tradição histórica da igreja cristã. A Confissão foi rejeitada por Carlos V, mas converteu-se na declaração básica de fé da Igreja Luterana.
Na época de sua morte, em Eisleben, em 18 de fevereiro de 1546, aos 63 anos, Lutero já era reconhecido como uma figura importante na história do cristianismo e do mundo. Foi considerado o alemão mais influente de todos os tempos, pois o movimento desencadeado por ele afetou o desenvolvimento político e cultural da cada nação na Europa e na América.
João Calvino (1509 -
1564): Um dos principais teóricos da
Reforma, Calvino nasceu na França, e sua família, pertencente à burguesia,
educou-o para a carreira jurídica. Com a divulgação da revolta de Lutero pelo
continente europeu, suas idéias foram reformuladas por alguns de seus
seguidores, particularmente João Calvino, que dinamizou o movimento reformista
através de novos princípios, ampliando a doutrina luterana. Homem dotado de
grande inteligência, além de ter sido excelente orador e autor de muitos
livros, tinha também excepcional capacidade de organização e administração.
Exerceu influência especialmente na Suíça, Inglaterra, Escócia e América do
Norte. Influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas converteu-se em
ardente defensor das novas idéias. Perseguido na França, Calvino refugiou-se na
Suíça, onde a Reforma já havia se estabelecido em algumas regiões, por conta da
ação de Ulrich Zwinglio (1484-1531). Escreveu a "Instituição da Religião
Cristã" (1536), que se tornou o catecismo dos calvinistas.
Em Genebra, transformada na "Roma do Protestantismo", Calvino ganhou notoriedade e poder, conseguindo impor sua doutrina, interferir nos costumes, nas crenças e na própria organização político-administrativa da cidade. Extremamente mais radical que Lutero, João Calvino divergia da escola luterana em alguns pontos importantes: enquanto o primeiro subordinava a Igreja ao Estado, Calvino defendeu a separação entre as duas instituições (em Genebra, a Igreja era o próprio Estado); justificou atividades econômicas até então condenadas pela Igreja, dando impulso considerável ao capitalismo nascente; rejeitou a missa, sacramentos e tudo o que não estivesse rigorosamente de acordo com as Escrituras; destruiu completamente o livre-arbítrio, pois pregava a predestinação absoluta dos eleitos e dos condenados.
João Calvino desenvolveu a Igreja que atualmente é chamada de presbiteriana. Apesar do exagerado radicalismo, nenhum outro reformador fez tanto para obrigar as pessoas a pensar a ética social cristã.
Em Genebra, transformada na "Roma do Protestantismo", Calvino ganhou notoriedade e poder, conseguindo impor sua doutrina, interferir nos costumes, nas crenças e na própria organização político-administrativa da cidade. Extremamente mais radical que Lutero, João Calvino divergia da escola luterana em alguns pontos importantes: enquanto o primeiro subordinava a Igreja ao Estado, Calvino defendeu a separação entre as duas instituições (em Genebra, a Igreja era o próprio Estado); justificou atividades econômicas até então condenadas pela Igreja, dando impulso considerável ao capitalismo nascente; rejeitou a missa, sacramentos e tudo o que não estivesse rigorosamente de acordo com as Escrituras; destruiu completamente o livre-arbítrio, pois pregava a predestinação absoluta dos eleitos e dos condenados.
João Calvino desenvolveu a Igreja que atualmente é chamada de presbiteriana. Apesar do exagerado radicalismo, nenhum outro reformador fez tanto para obrigar as pessoas a pensar a ética social cristã.
(Versão 03.98)
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
São José do Rio Preto - SP
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
São José do Rio Preto - SP
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