Todo mundo pensa em cientistas como pessoas sérias, usando um jaleco branco e passando dias e noites dentro de um laboratório, trabalhando em alguma descoberta nobre e que revolucionará a história da humanidade. Vendo assim, é praticamente impossível pensar que esses profissionais tenham tempo para uma trollada ou outra.
Mas, como toda área de conhecimento, a ciência também está repleta de boas histórias esperando para ser contadas. Entre elas, destacam-se pegadinhas que nem os maiores trolls da internet seriam capazes de realizar. Confira!
Desenhos feitos por Beringer dos fósseis falsos que encontrou (Fonte da imagem: Reprodução/Listverse)
Um dos cientistas que acreditava nessa origem divina dos fósseis era o professor Johann Bartholomeus Adam Beringer, decano da Faculdade de Medicina da Universidade de Würzburg. Com isso em mente, os colegas de Beringer, J. Ignatz Roderick e Johann Georg von Eckhart, aproveitaram essa crença para realizar uma das maiores trolladas científicas de todos os tempos: criaram fósseis falsos, com o nome de Deus em hebraico e, em seguida, os enterraram para que Beringer os encontrasse.
O problema é que, em vez de perceber a “pegadinha”, Beringer acreditou que havia feito uma descoberta incrível e levou os fósseis para analisar melhor. O pesquisador ficou tão contente com os fósseis que chegou a publicar um livro divulgando o seu trabalho, no qual ele até escreveu que os fósseis “cabem com tanta perfeição nas pedras em que foram encontrados que qualquer um pode jurar que são o resultado do trabalho de um escultor muito meticuloso”.
Os fósseis usados na trollagem estão expostos em um museu na Holanda (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)
Quando Roderick e Eckhart tentaram alertar Beringer de que eles haviam plantado aqueles fósseis, o cientista se recusou a acreditar e alegou que a dupla estava tentando abalar a fé dele e a impedir a publicação do trabalho. Depois de ter publicado o livro, Beringer encontrou mais uma peça com o nome de Deus e, então, começou a acreditar que havia sido enganado.
Obviamente, a história não acabou bem. Beringer levou os dois trolls para a corte, enquanto tentava, desesperadamente, comprar de volta todas as cópias do livro que havia acabado de publicar sobre a “descoberta”. Ironicamente, Roderick e Eckhart foram os mais prejudicados com o processo e tiveram sua reputação abalada perante a comunidade científica. Em contrapartida, Beringer, que nunca foi um bom cientista, continuou sua carreira e escreveu muitos outros livros depois.
Que tal páginas e páginas de um artigo científico falso, só para trollar? (Fonte da imagem: ShutterStock)
Com esse cenário em curso, surge o professor de matemática da University College London, Alan David Sokal, que resolveu agitar um pouco mais essa discussão com uma trollada de mestre. Incomodado com a linha de pensamento pós-moderno, Sokal decidiu testar, na prática, a ideia de que o jornal Social Text, publicado pela editora da Duke Univesity, publicaria qualquer artigo, sem revisão, desde que ele se enquadrasse na visão ideológica de seus editores.
Para isso, Sokal escreveu e enviou um artigo falso, repleto de bobagens e de citações equivocadas de pós-modernistas, que levavam a crer que o conceito de gravidade quântica é uma construção social e linguística e que, como tal, ela apoia uma crítica pós-modernista da objetividade científica. Até mesmo algumas piadas foram feitas nas notas de rodapé, comparando axiomas matemáticos com teorias feministas e dizendo que um reforçava o outro.
"Bazinga!" (Fonte da imagem: Reprodução/Science Blogs)
Para a surpresa de todos, o artigo foi publicado. E saiu nas páginas do Social Text sem qualquer tipo de revisão dos conceitos matemáticos e físicos, algo que, de acordo com o autor, poderia ser facilmente identificado por qualquer aluno como falho e sem sentido. Logo após a publicação, Sokal deu uma entrevista para outro periódico científico, revelando que todo o artigo não passava de um hoax e, com isso, exaltou os ânimos dos defensores dos dois lados.
No meio científico, Owen era famoso por ser desonesto e ranzinza. Uma das maiores “sacanagens” realizadas pelo paleontologista foi retirar o nome de Gideon Mantell como descobridor original do iguanodon, uma das primeiras espécies de dinossauros a ser descrita cientificamente. Mais do que isso, Owen chegar a usar seu prestígio na Royal Society para impedir que artigos de Mantell fossem publicados. Os dois discordavam, principalmente, na reconstrução da imagem do iguanodon a partir de seu esqueleto.
Richard Owen humilhou Mantell até depois da morte (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)
Quando Mantell sofreu um acidente ao cair de uma carruagem e acabou com uma fratura espinhal que o deixou corcunda, com dificuldades de locomoção e dores constantes, Owen aproveitou essa situação para renomear espécies descobertas anteriormente por Mantell e até mesmo remover os créditos do colega de profissão. Todas essas intrigas fizeram com que Owen fosse desligado da Royal Society e proibido de assumir a sua presidência.
Entretanto, Owen não parou por aí. O arqui-inimigo de Mantell conseguiu, de alguma forma, escrever o obituário do cientista, assim que ele faleceu, o que resultou em um texto extremamente frio e que ressaltava que Mantell, o “pai” dos dinossauros, havia feito apenas algumas poucas e insignificantes contribuições científicas ao longo de sua vida.
Desenho científico da coluna de Mantell (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)
E isso não é tudo. A trollada principal de Owen veio quando ele descobriu que a coluna acidentada de Mantell já possuía uma deformação, que colaborou para a complicação de seu quadro de saúde com o acidente. Assim, Owen resolveu expor a deformidade de Mantell junto com outras “aberrações” médicas em um museu.
Owen morreu em 1892 e, como uma espécie vingança do além-túmulo, a coluna de Mantell ainda foi jogada no lixo, nos anos 70, quando o museu resolveu se livrar de parte do acervo por falta de espaço. Viu só? É melhor pensar bem antes de achar confusão com um cientista.
Siegel jogou a tese científica de seu amigo ao mar (Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Pois foi isso que aconteceu com Erich Bessel-Hagen, o matemático alemão que pediu ao seu fiel escudeiro e também matemático, Carl Siegel, revisar uma tese que ele havia gastado muito tempo para compor. Atarefado com suas próprias pesquisas e entediado pelo trabalho escrito por Bessel-Hagen, Siegel resolveu dar fim aos seus problemas lançando, ao fundo do oceano, o calhamaço com as ideias de Bessel-Hagen, enquanto viajava de barco.
Pior ainda: Siegel alegou ter feito isso pelo bem do amigo e, como prova de que ainda se importava com Bessel-Hagen, passou a ele as coordenadas do local onde ele jogou o trabalho. Muito querido, não?
Ao que tudo indica, um estudo realizado com 1.183 voluntários sugere que os comentários deixados por trolls na internet possuem o poder de passar livremente pela região do cérebro humano responsável pela calma e pelo pensamento racional, fazendo com que o leitor se comporte de maneira mais emocional.
Trolls exploram fraquezas da mente humana (Fonte da imagem: Reprodução/RaoulIncorporated)
De acordo com a notícia publicada pelo site The Escapist, quando alguém lê um comentário rude ou depreciativo, o leitor fica mais confiante de suas ideias, ignorando o lado mais equilibrado que possa existir. E quer saber mais? Os argumentos do troll pouco importam, já que o que motiva a irracionalidade é a hostilidade em si.
Já o físico alemão George Bose tinha um jeito mais divertido de trollar. Nas festas em que organizava, Bose convidava uma mulher jovem e atraente para ter seu corpo carregado de eletricidade. Depois, convidava algum distinto cavalheiro a beijá-la. O choque era tão forte que quase arrancava os dentes dos participantes.
Benjamin Franklin e Thomas Jefferson também não deixavam por menos. Franklin costumava eletrificar diversos objetos e ambientes de sua casa, por pura diversão. O portão de entrada da sua casa, por exemplo, costumava assustar as crianças da região. Enquanto isso, Jefferson carregava em seu bolso uma pequena garrafa de Leyden, uma espécie primitiva de capacitor que fazia com que o inventor pudesse dar choques em quem quer que o tocasse.
Na ocasião, o modelo heliocêntrico, ou seja, a ideia de que a Terra e outros astros giravam em torno do Sol, não era bem-visto e, então, Galileu se via obrigado a ensinar essa teoria como apenas uma das muitas possíveis para explicar o mundo, por mais que ele soubesse que as demais não passavam de bobagens.
Galileu trolou o papa da época, colocando-o em um livro (Fonte da imagem: Reprodução/Isidores)
Depois de conversar com Papa Urbano VIII, Galileu comunicou Sua Santidade de que ele escreveria um livro apresentando as teorias para o público leigo. O resultado foi o volume “Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo”, que não demorou muito a ser banido pela Igreja.
O livro foi escrito em forma de diálogo e Galileu fez questão de deixar claro qual personagem do livro estava correto e quais estavam apenas usando argumentos inválidos. Um dos personagens ridicularizados por Galileu é Simplicio, que, no livro, chega a usar ideias e falas que o próprio Papa Urbano VIII defendeu pessoalmente em conversas com Galileu.
É claro que desafiar a ordem vigente pode ser perigoso e, por isso, Galileu acabou condenado à prisão domiciliar perpétua. O que nos leva a uma lição valiosa: antes de trollar, talvez seja bom avaliar as consequências que o ato pode trazer.
Mas, como toda área de conhecimento, a ciência também está repleta de boas histórias esperando para ser contadas. Entre elas, destacam-se pegadinhas que nem os maiores trolls da internet seriam capazes de realizar. Confira!
1. A pegadinha dos fósseis
Durante o século 18, fósseis de todos os formatos e tamanhos estavam sendo encontrados ao redor do mundo. Como era uma descoberta recente, os cientistas ainda não sabiam, ao certo, as condições que levavam os fósseis a se formarem na natureza. Por isso, muitos possuíam explicações bem pouco científicas para abordar o assunto, chegando a sugerir, por exemplo, que os fósseis haviam sido plantados por Deus para testar a fé dos humanos.Desenhos feitos por Beringer dos fósseis falsos que encontrou (Fonte da imagem: Reprodução/Listverse)
Um dos cientistas que acreditava nessa origem divina dos fósseis era o professor Johann Bartholomeus Adam Beringer, decano da Faculdade de Medicina da Universidade de Würzburg. Com isso em mente, os colegas de Beringer, J. Ignatz Roderick e Johann Georg von Eckhart, aproveitaram essa crença para realizar uma das maiores trolladas científicas de todos os tempos: criaram fósseis falsos, com o nome de Deus em hebraico e, em seguida, os enterraram para que Beringer os encontrasse.
O problema é que, em vez de perceber a “pegadinha”, Beringer acreditou que havia feito uma descoberta incrível e levou os fósseis para analisar melhor. O pesquisador ficou tão contente com os fósseis que chegou a publicar um livro divulgando o seu trabalho, no qual ele até escreveu que os fósseis “cabem com tanta perfeição nas pedras em que foram encontrados que qualquer um pode jurar que são o resultado do trabalho de um escultor muito meticuloso”.
Os fósseis usados na trollagem estão expostos em um museu na Holanda (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)
Quando Roderick e Eckhart tentaram alertar Beringer de que eles haviam plantado aqueles fósseis, o cientista se recusou a acreditar e alegou que a dupla estava tentando abalar a fé dele e a impedir a publicação do trabalho. Depois de ter publicado o livro, Beringer encontrou mais uma peça com o nome de Deus e, então, começou a acreditar que havia sido enganado.
Obviamente, a história não acabou bem. Beringer levou os dois trolls para a corte, enquanto tentava, desesperadamente, comprar de volta todas as cópias do livro que havia acabado de publicar sobre a “descoberta”. Ironicamente, Roderick e Eckhart foram os mais prejudicados com o processo e tiveram sua reputação abalada perante a comunidade científica. Em contrapartida, Beringer, que nunca foi um bom cientista, continuou sua carreira e escreveu muitos outros livros depois.
2. Um artigo falso, para quebrar a rotina
Durante os anos 90, iniciou-se um embate conhecido como “Science wars”, em que, de um lado, estava a corrente pós-modernista, que questionava a objetividade científica e criticava tanto o método quanto o conhecimento científicos aplicados em estudos culturais, antropológicos, de literatura comparada, de mídia e até de tecnologia. Do outro, estavam os cientistas mais realistas, contra-argumentando em defesa de seus métodos e alegando que os críticos pós-modernistas não entendiam quase nada daquilo que eles tanto criticavam.Que tal páginas e páginas de um artigo científico falso, só para trollar? (Fonte da imagem: ShutterStock)
Com esse cenário em curso, surge o professor de matemática da University College London, Alan David Sokal, que resolveu agitar um pouco mais essa discussão com uma trollada de mestre. Incomodado com a linha de pensamento pós-moderno, Sokal decidiu testar, na prática, a ideia de que o jornal Social Text, publicado pela editora da Duke Univesity, publicaria qualquer artigo, sem revisão, desde que ele se enquadrasse na visão ideológica de seus editores.
Para isso, Sokal escreveu e enviou um artigo falso, repleto de bobagens e de citações equivocadas de pós-modernistas, que levavam a crer que o conceito de gravidade quântica é uma construção social e linguística e que, como tal, ela apoia uma crítica pós-modernista da objetividade científica. Até mesmo algumas piadas foram feitas nas notas de rodapé, comparando axiomas matemáticos com teorias feministas e dizendo que um reforçava o outro.
"Bazinga!" (Fonte da imagem: Reprodução/Science Blogs)
Para a surpresa de todos, o artigo foi publicado. E saiu nas páginas do Social Text sem qualquer tipo de revisão dos conceitos matemáticos e físicos, algo que, de acordo com o autor, poderia ser facilmente identificado por qualquer aluno como falho e sem sentido. Logo após a publicação, Sokal deu uma entrevista para outro periódico científico, revelando que todo o artigo não passava de um hoax e, com isso, exaltou os ânimos dos defensores dos dois lados.
3. Jogar a coluna do inimigo no lixo
O biólogo e paleontologista Richard Owen ficou famoso por ter disputado a autoria da teoria da evolução com Charles Darwin, o que quase acabou invalidando esse importante trabalho científico. Mas a razão pela qual Owen consta nesta lista é tão sórdida que faz parecer a disputa com Darwin uma mera briga de criança.No meio científico, Owen era famoso por ser desonesto e ranzinza. Uma das maiores “sacanagens” realizadas pelo paleontologista foi retirar o nome de Gideon Mantell como descobridor original do iguanodon, uma das primeiras espécies de dinossauros a ser descrita cientificamente. Mais do que isso, Owen chegar a usar seu prestígio na Royal Society para impedir que artigos de Mantell fossem publicados. Os dois discordavam, principalmente, na reconstrução da imagem do iguanodon a partir de seu esqueleto.
Richard Owen humilhou Mantell até depois da morte (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)
Quando Mantell sofreu um acidente ao cair de uma carruagem e acabou com uma fratura espinhal que o deixou corcunda, com dificuldades de locomoção e dores constantes, Owen aproveitou essa situação para renomear espécies descobertas anteriormente por Mantell e até mesmo remover os créditos do colega de profissão. Todas essas intrigas fizeram com que Owen fosse desligado da Royal Society e proibido de assumir a sua presidência.
Entretanto, Owen não parou por aí. O arqui-inimigo de Mantell conseguiu, de alguma forma, escrever o obituário do cientista, assim que ele faleceu, o que resultou em um texto extremamente frio e que ressaltava que Mantell, o “pai” dos dinossauros, havia feito apenas algumas poucas e insignificantes contribuições científicas ao longo de sua vida.
Desenho científico da coluna de Mantell (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)
E isso não é tudo. A trollada principal de Owen veio quando ele descobriu que a coluna acidentada de Mantell já possuía uma deformação, que colaborou para a complicação de seu quadro de saúde com o acidente. Assim, Owen resolveu expor a deformidade de Mantell junto com outras “aberrações” médicas em um museu.
Owen morreu em 1892 e, como uma espécie vingança do além-túmulo, a coluna de Mantell ainda foi jogada no lixo, nos anos 70, quando o museu resolveu se livrar de parte do acervo por falta de espaço. Viu só? É melhor pensar bem antes de achar confusão com um cientista.
4. Tese ao mar! Tese ao mar!
Perder arquivos do disco rígido é bastante irritante, certo? Agora imagine a sensação de perder a única cópia impressa de sua tese matemática, não por causa de algum acidente ou desleixo, mas porque o seu melhor amigo, o qual você confiou que faria a revisão dos cálculos e do trabalho todo, resolveu jogar foras as muitas horas do seu esforço.Siegel jogou a tese científica de seu amigo ao mar (Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Pois foi isso que aconteceu com Erich Bessel-Hagen, o matemático alemão que pediu ao seu fiel escudeiro e também matemático, Carl Siegel, revisar uma tese que ele havia gastado muito tempo para compor. Atarefado com suas próprias pesquisas e entediado pelo trabalho escrito por Bessel-Hagen, Siegel resolveu dar fim aos seus problemas lançando, ao fundo do oceano, o calhamaço com as ideias de Bessel-Hagen, enquanto viajava de barco.
Pior ainda: Siegel alegou ter feito isso pelo bem do amigo e, como prova de que ainda se importava com Bessel-Hagen, passou a ele as coordenadas do local onde ele jogou o trabalho. Muito querido, não?
5. Trollando a humanidade
Quando navegamos pela internet e encontramos comentários de um troll raivoso, sentimos uma vontade incontrolável de colocá-lo em seu devido lugar. Pois bem, de acordo com uma pesquisa publicada em janeiro de 2013, quando isso acontece, os comentários daquele troll fazem com que você perca uma das principais características do ser humano: pensar racionalmente.Ao que tudo indica, um estudo realizado com 1.183 voluntários sugere que os comentários deixados por trolls na internet possuem o poder de passar livremente pela região do cérebro humano responsável pela calma e pelo pensamento racional, fazendo com que o leitor se comporte de maneira mais emocional.
Trolls exploram fraquezas da mente humana (Fonte da imagem: Reprodução/RaoulIncorporated)
De acordo com a notícia publicada pelo site The Escapist, quando alguém lê um comentário rude ou depreciativo, o leitor fica mais confiante de suas ideias, ignorando o lado mais equilibrado que possa existir. E quer saber mais? Os argumentos do troll pouco importam, já que o que motiva a irracionalidade é a hostilidade em si.
6. Eletricidade
Imagine como foi divertido descobrir a eletricidade. Foi um longo caminho a ser percorrido, mas assim que a tecnologia havia sido dominada, a trollagem foi um dos principais usos para a ela. O clérigo e físico francês Jean-Antoine Nollet, por exemplo, adorava enfileirar a Guarda Real de Louis XV para demonstrar como a eletricidade passava de um corpo para outro caso todos estivessem segurando um cabo elétrico. Ele também repetiu esse experimento com cerca de 200 monges franceses e, em ambos os casos, ele não se dava ao trabalho de explicar o que estava fazendo: apenas pedia para que as pessoas ficassem de pé e segurassem o cabo.Benjamin Franklin e Thomas Jefferson também não deixavam por menos. Franklin costumava eletrificar diversos objetos e ambientes de sua casa, por pura diversão. O portão de entrada da sua casa, por exemplo, costumava assustar as crianças da região. Enquanto isso, Jefferson carregava em seu bolso uma pequena garrafa de Leyden, uma espécie primitiva de capacitor que fazia com que o inventor pudesse dar choques em quem quer que o tocasse.
7. Galileu trolla o Papa
Todo mundo conhece a história de Galileu, que travou uma grande batalha com a Igreja Católica por causa de suas ideias científicas inovadoras e “heréticas”. Mas tem um detalhe que sempre escapa à atenção da maioria: um livro escrito por Galileu e que tira sarro do clero descaradamente.Na ocasião, o modelo heliocêntrico, ou seja, a ideia de que a Terra e outros astros giravam em torno do Sol, não era bem-visto e, então, Galileu se via obrigado a ensinar essa teoria como apenas uma das muitas possíveis para explicar o mundo, por mais que ele soubesse que as demais não passavam de bobagens.
Galileu trolou o papa da época, colocando-o em um livro (Fonte da imagem: Reprodução/Isidores)
Depois de conversar com Papa Urbano VIII, Galileu comunicou Sua Santidade de que ele escreveria um livro apresentando as teorias para o público leigo. O resultado foi o volume “Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo”, que não demorou muito a ser banido pela Igreja.
O livro foi escrito em forma de diálogo e Galileu fez questão de deixar claro qual personagem do livro estava correto e quais estavam apenas usando argumentos inválidos. Um dos personagens ridicularizados por Galileu é Simplicio, que, no livro, chega a usar ideias e falas que o próprio Papa Urbano VIII defendeu pessoalmente em conversas com Galileu.
É claro que desafiar a ordem vigente pode ser perigoso e, por isso, Galileu acabou condenado à prisão domiciliar perpétua. O que nos leva a uma lição valiosa: antes de trollar, talvez seja bom avaliar as consequências que o ato pode trazer.
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